Tudo Sobre o Magazine Luiza

Antes de tudo, responder “tudo sobre o Mafazine Luiza” não é tarefa simples. Pois em poucas palavras, o Magazine Luiza é uma rede varejista de eletroeletrônicos. Não é um varejista comum, mas o mais valioso do Brasil . Mas o “ Magalu ”, como também é conhecido, vende móveis e utensílios domésticos em suas 1.000 lojas físicas que estão presentes em 21 dos 26 estados do Brasil. É também um e-commerce e marketplace em franca expansão e, nos últimos dois anos, vem se tornando muito mais do que isso: uma empresa de tecnologia nascida do varejo, mas que pretende ser um super-app, oferecendo todo tipo de produto e serviços.

Conforme pesquisado, só em 2019, a empresa registrou R $921,8 milhões (cerca de R $174 milhões) em receita, sendo 45% desse total proveniente de vendas online, um salto expressivo em relação aos 36% de participação alcançados em 2018. Em seguida, no ano de 2020, as vendas online do Magazine Luiza dispararam. De janeiro a setembro do ano passado – último dado disponível –, o Magazine Luiza registrou R $12,4 bilhões em vendas, um crescimento de 81% em relação ao mesmo período de 2019. O comércio eletrônico cresceu 148%, atingindo R $8,2 bilhões e 66% do total de vendas.

Seja como for, em seus 63 anos de existência, o Magazine Luiza passou de uma simples loja de presentes a um negócio multiuso. A estreia do Magalu na bolsa brasileira foi em 2011. De 2016, quando realmente começou essa virada com Frederico Trajano, sobrinho-neto do casal fundador da empresa, assumindo, até 2020, a cotação da ação do Magalu subiu 700 vezes (hoje a empresa vale mais de R $157 bilhões, ou quase US $30 bilhões).

Índice

Uma breve história do Magazine Luiza

Fundado no final da década de 1950 na cidade de Franca, interior de São Paulo, o Magazine Luiza começou como uma loja de presentes do casal Luiza Trajano Donato e Pelegrino José Donato. Ela era balconista e ele, caixeiro-viajante. A loja chamava -se A Cristaleira , mas Luiza decidiu lançar um concurso para os clientes locais encontrarem um novo nome para o negócio da família. Magazine, variação da palavra francesa para loja ( magazine ), e Luiza, seu primeiro nome, formaram a combinação perfeita. Em 1974, o Magazine Luiza inaugurou a primeira loja de departamentos de Franca.

A história do Magazine Luiza se confunde com a história pessoal de Luiza Helena Trajano , atual presidente do conselho de administração da empresa. Aos 12 anos, ela começou a trabalhar na empresa da família após o horário escolar. Em 1972, ela se formou na faculdade de direito, mas nunca exerceu a advocacia um dia em sua vida. Depois de passar por diferentes departamentos da loja, assumindo cada vez mais responsabilidades, ela finalmente assumiu a liderança do Magazine Luiza em 1991. Ela é sobrinha da proprietária e fundadora original da loja, também chamada Luiza.

Magazine Luiza, pioneira digital e aspirante a Amazon brasileira (ou Alibaba?)

A internet só chegou ao consumidor brasileiro em 1997, mas em 1992 o Magazine Luiza fez a ousada jogada de abrir uma rede de micro lojas que não tinha estoque. Em vez disso, os clientes sentavam-se em terminais de computador e navegavam em um catálogo que continha todos os itens à venda. Assim, eles podiam encomendar os itens que quisessem, e o Magazine Luiza os entregaria diretamente em suas casas. Foi um embrião para as vendas online. Naquela época, isso significava que a empresa não precisava imprimir constantemente novas etiquetas de preços para acompanhar a inflação galopante – com taxas que chegavam a 3.000% ao ano – ou as constantes mudanças cambiais (o Brasil tinha quatro moedas diferentes entre 1989 e 1994). A atualização de preços no computador ficou muito mais simples e barata. O sistema inovador de “lojas eletrônicas” permitiu uma expansão rápida e econômica.

Avançando para 2014, o Magazine Luiza manteve seu pioneirismo digital. Para se manter competitiva, a empresa lançou o Luizalabs . O conceito era reunir uma equipe de inovação para abordar a mudança do tijolo e argamassa para o digital durante a ascensão do comércio eletrônico: capacitar um grupo de 100 desenvolvedores que acabou adquirindo seu próprio prédio para que pudessem experimentar a tecnologia sem esbarrando em entraves burocráticos. Eles passaram a trabalhar diretamente no principal negócio de e-commerce do Magazine Luiza . A equipe agora tem mais de 450 funcionários.

Luizalabs

O Luizalabs não é o primeiro projeto a levar o nome de Luiza. A Luizacred é uma joint venture formada em 2001 com o banco Itaú Unibanco ; é o braço financeiro do Magalu , que oferece empréstimos e cartões de crédito aos clientes da rede varejista. Seu faturamento total em 2019 foi de R $20,6 bilhões. A Luizaseg , seguradora, foi criada em 2005 em parceria com a Cardif , empresa do grupo BNP Paribas . O projeto mais recente é uma conta bancária digital. O app é integrado ao Banco do Brasil e permite pagamentos de compras, boletos bancários, transferências entre bancos – todas as funcionalidades bancárias. Chama-se Magalupay.

Magalu, como a empresa ficou conhecida em 2018, é uma marca bastante conhecida. O apelido, nascido de uma estratégia de marketing, soa quase como um termo carinhoso. Ele é usado em todos os canais, enquanto o Magazine Luiza formal é usado em empresas físicas. A empresa é apreciada por clientes, investidores e funcionários (estes últimos sempre são incentivados a se tornarem acionistas). No mesmo ano, o Magazine Luiza conquistou pela 20ª vez o prêmio Best Place To Work. Foi o primeiro varejista do mundo a ganhar um.

Aquisições do Magalu em 2020

Em junho de 2019, o Magalu venceu a disputa pela compra da Netshoes , maior e-commerce esportivo do Brasil. O atendimento ao cliente Magalu foi ampliado e agora, eles podem retirar pedidos online em 20 lojas diferentes do Magazine Luiza . Depois dessa mudança impressionante, 2020 também foi um grande ano de aquisições. Veja uma lista dos principais:

Estante Virtual: O Magazine Luiza ampliou sua presença no mercado de livros – assim como a Amazon fez há algum tempo – e comprou, em janeiro do ano passado, o Estante Virtual, conhecido marketplace de livreiros no Brasil.

Stoq Tecnologia: O principal produto da empresa são os sistemas de ponto de venda, que permitem o pagamento onde o cliente estiver, reduzindo filas e eliminando atritos no processo de compra. A aquisição da empresa pelo Magazine Luiza se deu em agosto do ano passado.

Canaltech e In Loco

Canaltech e In Loco: Duas aquisições em um único golpe aconteceram em agosto de 2020 . O site de conteúdo de tecnologia Canaltech e a plataforma de mídia online In Loco. Canaltech sozinho tem uma audiência de 24 milhões de visitantes únicos e uma vasta rede de seguidores. A ideia é monetizar esse público e oferecer aos vendedores do marketplace um local para anunciar. “Ao combinar geração de conteúdo e audiência (Canaltech) com as ferramentas de venda de publicidade (In Loco Media), o Magalu poderá vender anúncios para milhares de fornecedores e vendedores de marketplace, permitindo que eles promovam suas marcas e produtos diretamente via Magalu Ads. Magalu Os anúncios permitirão que a empresa monetize melhor seu público digital de cerca de 80 milhões de visitantes únicos por mês”, escreveu a empresa em seu relatório de ganhos do terceiro trimestre de 2020.

AiQFome: Anunciada em setembro , a aquisição da AiQFome permite que os clientes do Magalu peçam comida sem sair do app da varejista. A empresa está presente em 350 cidades, possui mais de 2 milhões de usuários cadastrados e 17 mil restaurantes parceiros.

Hub Sales : A aquisição da Hub Sales pelo Magalu em outubro do ano passado foi um passo importante para a expansão do marketplace para além do varejo. A Hub Sales desenvolveu plataformas digitais para fábricas de diversos setores começarem a vender produtos diretamente ao consumidor final.

Logística nas entregas

GFL e SincroLog: Empresa de logística, a GFL atende mais de 600 municípios, sendo que 85% das entregas acontecem no dia seguinte. Também comprada pelo Magalu em outubro de 2020, a GFL foi integrada à Zigbee , adquirida em 2018 pelo Magazine Luiza . Junto com a GFL, o Magalu anunciou a compra da SincroLog, plataforma de tecnologia que a GFL, e outras 30 transportadoras de carga utilizam para gestão, emissão de documentos, controle de tabelas de fretes e ao mesmo tempo remuneração de motoristas.

Hub Pré -pago – é uma instituição de pagamento regulamentada pelo Banco Central do Brasil. Sua aquisição foi anunciada pelo Magazine Luiza em dezembro de 2020. Além de oferecer conta digital e cartão pré-pago diretamente aos seus 4 milhões de clientes, a Hub é uma das maiores plataformas de Banking as a Service (BaaS) do Brasil e líder em cartões pré-pagos em processamento. Hub registrou R $6,6 bilhões em Volume Total de Pagamentos (TPV) nos últimos 12 meses. A fintechintegrará a MagaluDay. Com isso, os clientes da empresa terão uma das mais completas ofertas de produtos e serviços financeiros do mercado, de forma gratuita e totalmente integrada ao Magalu SuperApp.

Tudo isso aconteceu em 2020, um ano marcado pela crise econômica mundial. Mas como disse uma vez Luiza Helena Trajano, o Magazine Luiza sempre cresceu na crise. Quando não há crise, fico preocupado’. De fato, a empresária, bilionária e autoproclamada feminista viu o país passar por sua pior turbulência econômica no início dos anos 1990 e conseguiu fazer o negócio prosperar mobiliando casas e ajudando as famílias a pagar suas contas.